quarta-feira, 28 de maio de 2008

A colaboração de Armando Monteiro: Um abraço à Galiza





Da Galiza, onde passou uns dias de férias, Armando Monteiro trouxe imagens do património. Veio de Santiago de Compostela, a mão/batente que aqui gostosamente partilhamos, para batermos na porta da imaginação e da criatividade e voarmos até essa terra, onde longe se diz lonxe e uma é unha. A língua galega, irmã da portuguesa, tem um sabor ancestral. De antanho, a gastronomia, também apreciada por nós.
Já agora, neste pretexto para darmos um abraço aos nossos irmãos galegos, sugerimos que oiçam Armando Prada, leiam Rosalia de Castro e procurem A Xanela, revista da Asociación Cultural Eira Vella de Betanzos.
LFM (texto) Armando Monteiro (fotografias)
"A ALDRABA"
Publicada por a aldraba em 5/28/2008 03:39:00 PM
COMENTÁRIOS
Rafael Carvalho:
Acabo de regressar de uma visita e Santiago de Compostela e também eu fiquei fascinado com o vasto património aí existente.Verifiquei com satisfação como os galegos o prezam. Curiosamente, ao nível da arquitectura tradicional de origem urbana, vi algumas semelhanças com o que se passa nalgumas cidades do Norte de Portugal, de que Guimarães é um exemplo.
Publicada por Rafael Carvalho em a aldraba a Sexta-feira, Maio 30, 2008 9:27:00 PM

terça-feira, 27 de maio de 2008

Os morábitos de Ferreira do Alentejo







Na estrada entre Ferreira do Alentejo e Beja, esta construção tipo morábito mostra os maus tratos que os homens e o tempo deixaram nas suas paredes exteriores. No site da primeira autarquia há uma referência a morábitos:

"A arqueologia revelou-nos e confirmou-nos ainda a presença, neste concelho, dos Romanos, do Visigodos e do Povo Islâmico. Presenças estas ainda confirmadas pelos próprios vestígios arquitectónicos como o sejam, no caso deste último povo, por exemplo, as construções de corpo cúbico com cobertura cupular – “Kubba” – que se podem encontrar em Villas Boas, S. Vicente ou ainda em S. Sebastião."
http://www.cm-ferreira-alentejo.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=250&I

Valia a pena recuperar estes testemunhos de um passado distante e transformá-los em espaços de memória da passagem de outras civilizações pelo nosso território...

Para que o Outro mereça o respeito que o seu contributo trouxe para a riqueza do que somos.

Texto de LFM; Fotos de Leonel Costa

“A ALDRABA”
Publicada por a aldraba em 5/27/2008 11:51:00 PM


quarta-feira, 21 de maio de 2008

Estrada milenar











Sobre estas lajes exércitos do império romano, há mais de mil anos, e a tropa invasora francesa, faz agora duzentos anos, cavalgaram a inquietação e o desassossego, enquanto uma gente laboriosa resistia às vicissitudes do quotidiano, transportando mercadorias entre lugares de granito e Natureza vicejante.

Por estes caminhos, poetas e viandantes, procuram o silêncio perfumado de veredas e o cântico dos deuses da floresta, melros feiticeiros derramando a sublime música que nos lembra que a Primavera fez renascer a terra.

Alpedrinha oferece-nos este rincão fabuloso de História, que merece ser percorrido até Alcongosta, atravessando-se a serra, neste momento grávida de cerejas e vistas espantosas que Maio proporciona, tempo único de beleza e reflexão sobre um caminho onde muita estória aconteceu...

LFM (texto e fotografias)

“A ALDRABA”
Publicada por a aldraba em 5/21/2008 04:10:00 PM

terça-feira, 20 de maio de 2008

Asno, Jumento, Jerico & Burrico



Durante séculos acompanharam o homem nas suas lidas, terra fora, carregando os frutos do trabalho extenuante, sol a sol moirejado.
Morreram, envelheceram, quase que se extinguiram, hoje são raridade...
Nesta imagem recolhida no Verão de 2004, durante as festas de Penha Garcia, o homem conduz o burrico pela localidade, gesto ancestral de guiar o companheiro das tarefas rurais.
Homenageamos ambos, pela complementaridade e por uma longa e fantástica história de labuta e convivência.
LFM (texto e fotografia)
"A ALDRABA"
Publicada por a aldraba em 5/20/2008 03:05:00 PM

quarta-feira, 14 de maio de 2008

O olhar de Rogério Rodrigues sobre o património do ferro forjado







Rogério Rodrigues recolheu na Tunísia algumas imagens, coloridas e com o bom gosto decorativo do geometrismo, que nos lembram também a influência andaluza e dos ferreiros portugueses de antanho na construção das casas megrebinas, conforme está patente em alguns sites da Internet, que falam da diversidade da arte do ferro forjado no Norte de África e das origens da mesma.

Aproveitamos este exemplo para desafiar todos os associados a partilharem imagens de férias, cujo olhar revele a marca do património.

Agradecemos ao companheiro Rogério o contributo, desejando que nas próximas viagens não se esqueça deste blogue...
Fotos:Rogério Rodrigues; Palavras:LFM
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"A ALDRABA"
Publicada por a aldraba em 5/14/2008 05:53:00 PM

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Notícias do XI Encontro: 4 - De Martinlongo a Guerreiros do Rio, passando por Santa Justa e Giões















Em Santa Justa, a profusão de fornos espantou os viajantes. Um café aromático e acessível, para despertar e uma visita à escola primária, musealizada e apresentada enquanto pilar educativo do Estado Novo, preencheram a primeira hora da viagem por algumas freguesias e respectivos pólos museológicos, numa camioneta da CMAlcoutim.
Em Martinlongo, terra de pão mítico, percorreu-se e admirou-se a igreja quinhentista construída sobre uma mesquita e comprou-se artesanato.
Em Giões almoçou-se no domingo - ensopado e doces com fabrico próprio, como uma tarte de amêndoa e gila - e espreitou-se o povoado... E por proposta do presidente da Mesa da Assembleia Geral brindou-se pelas melhoras dos elementos do Conselho Fiscal doentes.
Guerreiros do Rio foi a última etapa. Valeu a pena descobrir o Museu do Rio, onde é apresentado um documentário sobre a pesca do savel no Pulo do Lobo.

Despedimo-nos uns dos outros e da bela vila de Alcoutim, prometendo regresso.

Fotos e textos:LFM
"A ALDRABA"
Publicada por a aldraba em 5/12/2008 04:42:00 PM

Notícias do XI Encontro: 3 - Uma noite em Alcoutim







A noite foi descendo sobre a branca e sossegada vila, onde o Algarve da raia ensaia a transição da paisagem que prolonga o Alentejo, da serra ao mar.

O pernil de porco com arroz e lombardo, mais o vinho tinto do restaurante da dona Rosária (Alcatiã) estavam de chorar por mais, porém, o melhor do serão foi o convívio, com Rosa Dias a contar imensas estórias passadas no Baixo Alentejo, que deliciaram os convivas.
LFM (texto e fotos)
"A ALDRABA"
Publicada por a aldraba em 5/12/2008 04:07:00 PM

Notícias do XI Encontro: 2 - Pelo Guadiana










O rio separou e aproximou as populações das duas margens, gente ibérica que buscava sustento nas fainas legais e nas interditas.

A estátua do contrabandista lá está, no cais do Guadiana, lembrando sacrifícios, aventuras, precalços, fatalidades.
Por esse rio acima fomos com um céu de borrasca na maré enchente, com uma barcarola atrelada à embarcação principal, fustigada pelas ondas, atiçando a adrenalina...

Enquanto Rosa Dias dormitava, José Chitas e José Prista trocavam impressões, quiçá acerca da meteorologia, e Maria Eugénia Gomes, qual timoneira, aconselhava a tripulação do pequeno atrelado. Os improvisados navegantes mudaram de assento para evitar a molha, mas o Guadiana estava com forte corrente para tão desajeitada caranguejola.
Na impossibilidade de irmos ao Pomarão, visitámos Sanlucar, percorrendo algumas ruas até à igreja.
Após o regresso a terra alojámo-nos na magnífica Pousada da Juventude, situada num sítio estratégico, com belas vistas, asseio e conforto.
Toda a gente dormiu bem, embalada por andorinhas e outras aves gorgeantes, enquanto a lua se escondia, esplêndida, por detrás da montanha e o rio continuava no corre corre entre cerros e margens de caniço.
LFM (Texto e fotos)

"A ALDRABA"
Publicada por a aldraba em 5/12/2008 12:46:00 PM

Notícias do XI Encontro: 1 - O Museu do Castelo











Tudo começou muito antes, com a direcção a preparar o evento. Para que as dezenas de associados e amigos presentes usufruíssem de mais um fim de semana inolvidável.

Houve um pouco de tudo: património musealizado, gastronomia, fruição de passeio no rio, ida a Espanha (Sanlúcar), onde o peso da História permanece em monumentos e na memória. O senhor Luís que nos levou rio fora, contou que o forte da localidade andaluza, aquando da Guerra Civil que aniquilou tanta gente do outro lado da fronteira, serviu de palco para os vencedores ritualizarem a morte dos adversários... Felizmente que os tempos são de paz e apenas se escuta a deliciosa música da passarada saltitando de arvoredo em arvoredo...

Em Martinlongo e Guerreiros do Rio visitámos o templo, erguido a partir de uma mesquita, com o minarete adaptado a torre sineira.

Conhecemos de facto a grande interioridade deste desmedido cenário identitário. Território imenso, habitado por uma população escassa, que sobrevive entre alguma agricultura, artesanato, solidão.

Em Giões, alguns de nós encontraram as ruínas de uma orada e um bacorito fotogénico...Terras de esteva e vento, de cegonhas e vento e de homens, cujas mãos procuram um tempo mais luminoso que tarda.

Alcoutim criou polos museológicos para tornar este concelho de paisagens impressionantes, num lugar cujo desenvolvimento fixe populações e traga cada vez mais visitantes.

Trouxemos de lá uma boa memória, e agradecemos o apoio do Município alcoutanejo, que nos proporcionou uma viagem confortável pelas freguesias, em viatura adequada, desejando que o povo deste concelho ganhe cada vez mais qualidade de vida.

AS EXPOSIÇÕES DO CASTELO

Após escutarmos uma dirigente da associação Moira, com a prestimosa colaboração da técnica da CMAlcoutim, Dra Anabela, visitámos as exposições do Castelo, coordenadas pela professora Helena Catarino. Estes espaços falam do percurso humano, através dos séculos, neste espaço do Nordeste, nomeadamente durante a civilização islâmica. Os inúmeros vestígios de ferro e cerâmica contam as estórias de vida das populações que antecederam o actual Algarve Rural. No antigo paiol, guardam-se agora jogos do tempo muçulmano. Fernando Dias participou no levantamento, produzindo um interssante trabalho de arqueologia e etnografia, que se aplaude.

Texto e fotos de LFM

"A ALDRABA"
Publicada por a aldraba em 5/12/2008 11:50:00 AM