quarta-feira, 31 de março de 2010

Boletim 8 foi apresentado nos Combatentes



Associados e amigos da Aldraba assistiram no GDE "Os Combatentes" ao lançamento formal do nº 8 do nosso boletim, e comentaram animadamente as deixas sobre património imaterial que foram avançadas pelo convidado Rui Dias José.
Este homem notável do jornalismo radiofónico, da reportagem e da divulgação das riquezas do país presenteou-nos com um grande número de descrições do que, em seu entender, são maravilhas populares que a ignorância e a incúria têm vindo a pôr em risco ou mesmo a destruir.
E referiu-se com admiração à perseverança e ao amor com que a nossa associação tem vindo a trabalhar na promoção do património popular português.
Obrigado, Rui Dias José, por este seu estímulo.

JAF (fotos LFM)

sábado, 27 de março de 2010

Jornalista Rui Dias José no lançamento do ALDRABA nº8



A ALDRABA – Associação do Espaço e Património Popular convida-o para a sessão de lançamento do nº8 do boletim “Aldraba”, no próximo dia 30 de Março de 2010 (3ª feira), às 18.30 h.
A sessão conta com uma intervenção do jornalista Rui Dias José, responsável da conceituada publicação electrónica “Café Portugal”, seguida de um debate alargado com os presentes, moderado pelo presidente da Aldraba, J. Alberto Franco.
A sessão realiza-se na sede do Grupo Dramático e Escolar “Os Combatentes” em Lisboa, na Rua do Possolo, 9 (próximo de Campo de Ourique).

terça-feira, 23 de março de 2010

ONDE É QUE É ESTA MARAVILHA EM LISBOA?




Da associação Ofícios do Património e da Reabilitação Urbana - animada, entre outros, pelo nosso amigo arq. Filipe Lopes (incansável trabalhador da C.M.Lisboa, actualmente aposentado, e eleito em Outubro 2009 para a respectiva Assembleia Municipal) - recebemos recentemente uma circular que responde à interrogação que escolhemos para título deste post.

Nessa circular, procura-se satisfazer a curiosidade de todos quantos se espantaram com uma esplêndida fotografia do interior de Lisboa, difundida na anterior circular, de 15.2.2010.

Reproduzimos aqui essas gravuras, bem como o texto da circular, e saudamos a militância cívica de quantos procuram valorizar e dar a conhecer as maravilhas patrimoniais das suas terras. Venham muitas mais destas associações!

"Divulgamos hoje uma vista aérea do quartel de Campo de Ourique, no interior do qual está implantada a alameda cuja fotografia divulgámos no e-mail de 15 de Fevereiro.
De contrução pombalina, este conjunto foi planeado pelo Conde de Lippe. Calçada e edificado possuem um inequívoco valor arquitectónico.
Cremos ser absolutamente necessário salvaguardar este património e integrá-lo no espaço público, para o que basta abrir os dois portões que existem nas extremidades da alameda e que dão para as ruas de Campo de Ourique e Infantaria 16.
Foi neste quartel de Infantaria 16 que se iniciou (na noite de 3 para 4 de Outubro) a revolução que implantou a República.
Pensamos que o espaço desta alameda e os edifícios que o ladeiam devem ser integrados no património municipal, podendo ser afectos a usos sociais (realojamentos), culturais (ateliers, galerias), municipais (serviços camarários) ou outros.
Fazemos um apelo a todos os interessados na salvaguarda do nosso património, e em particular às autoridades autárquicas, para impedirem a perda desta preciosidade de Lisboa.
A todos pedimos para, desde já, divulgarem pelos meios de que disponham esta informação".

(Texto e fotografias da associação Ofícios do Património e da Reabilitação Urbana)

Avieiros, património nacional


No dia 10-9-2009, a candidatura da cultura avieira a património nacional foi apresentada no Palácio da Ajuda, onde funciona o Ministério da Cultura. Ficou marcado o 1º Congresso Nacional da Cultura Avieira para 7/8/9 de Maio de 2010 em Santarém. Além da homenagem nacional a Maria Micaela Soares, outro ponto da agenda será a edição popular do livro «Avieiros» de Alves Redol, há muito esgotado no mercado livreiro português.
Não sendo antropólogo ou historiador, tive alguma convivência com a realidade dos avieiros em Vila Franca de Xira, entre os anos de 1961 e 1966. Vivia no Bairro do Bom Retiro, estudava na Escola Técnica e tinha aulas nos «Combatentes» e no «Matadouro» além de «Trabalhos Manuais» num armazém perto da estação da CP.
Guardo desses tempos a imagem do garrido dos seus trajes, o seu falar típico e a percepção de que eles viviam num espaço diferente. Não só pelas «casas-barco» mas também pelo precário que tudo aquilo prenunciava perante as longas chuvas do Inverno daquele tempo.
Outro dia tive um choque quando fui com um grupo de amigos ao Patacão (Alpiarça) e estive dentro de uma casa abandonada, vendo as árvores a entrarem pelo telhado, a destruir tudo, barrotes, telhas, traves.
Entretanto, o antropólogo Aurélio Lopes, em parceria com João Monteiro Serrano, publicou na Âncora Editora o livro «A reconstrução do sagrado» sobre a religião popular dos avieiros. O livro tem o prefácio do Bispo de Santarém, D. Manuel Pelino Domingues. José Loureiro Botas tinha publicado em 1940 o seu conhecido «Litoral a Oeste», com capa de Manuel Ribeiro de Pavia. Nesse livro (Prémio Fialho de Almeida em 1940), um dos contos («A Leandra») foi escrito em 1938 e ganhou o prémio literário desse ano do Ateneu Comercial de Lisboa. José Loureiro Botas nasceu na Vieira de Leiria, viveu em Lisboa e conheceu bem as histórias dos avieiros como a Leandra. Vamos ao conto.
A Leandra quase naufragou uma noite no Tejo e por isso «sabia rir de tudo, sem ligar importância aos pequeninos nadas». Um dia foi pelo Tejo acima com o seu marido (o Joaquim) e os dois filhos mais pequenos (os outros três ficaram com a mais velha em casa), mas de repente apareceu um temporal e ficou escuro como «a ferrugem da chaminé» mas o pior foi que começou a chover muito e veio uma trovoada.
No meio do medo e da confusão aperceberam-se da chegada de uma barca grande com o António Milhafre, pescador conhecido a quem pediram ajuda. A resposta do outro foi «arranjem-se como puderem, levo o barco a abarrotar de peixe e não o vou perder por causa de vocês».
Horas depois rompeu o dia, e apareceu um barco grande que os ajudou num reboque gratuito. Do António Milhafre nunca mais ninguém soube. Do seu barco, só bocados «tábua aqui, tábua acolá». A Leandra nunca mais quis nada com tristezas.
Texto de José do Carmo Francisco
(excerto do artigo "A cultura dos avieiros candidata a património nacional", incluído no nº 8 do boletim "ALDRABA", actualmente em distribuição)

quinta-feira, 18 de março de 2010

ALDRABA Nº 8 está em distribuição


O número 8 do boletim da associação Aldraba está a ser distribuído directamente aos associados.
Todos os amigos e interessados por estas temáticas podem encontrá-lo aos balcões da livraria "Círculo das Letras", na Rua Augusto Gil, 15B, 1000-062 Lisboa, próxima do Campo Pequeno e com o telefone 21 093 87 53.
Podem também solicitar o envio através de mensagem para o endereço aldraba@gmail.com, ou de telefonema para os nºs 963708481 (JAF) ou 967187654 (LFM).

Sumário do nº 8 do boletim "ALDRABA":
OPINIÃO
Rocha Peixoto e Leite de Vasconcelos
Luís Filipe Maçarico
A moeda como instrumento de propaganda
Marco Valente
Sobre cultura e guerra – breve análise
Pedro Martins
LUGARES DO PATRIMÓNIO
A mais pequena livraria de Lisboa
José do Carmo Francisco
RITUAIS, TRADIÇÃO E REALIDADE
Ao encontro do adufe
Ana Carina Dias
A cultura dos avieiros candidata a património nacional
José do Carmo Francisco
SABORES COM HISTÓRIA
Grandes artistas do efémero
Nuno Roque da Silveira
ALDRABA EM MOVIMENTO
Agosto a Dezembro de 2009
Maria Eugénia Gomes

terça-feira, 16 de março de 2010

Literatura oral tradicional em Tôr (Loulé)


No passado dia 12 de Março de 2010, pelas 21h30m, a Associação Social e Cultural da Tôr (ASCT) recebeu no seu Auditório a Dr.ª Idália Farinho Custódio, para uma Palestra intitulada “Patrimónios da Oralidade, na Freguesia de Tôr”, a primeira de um ciclo de palestras sobre o Património desta Freguesia do Barrocal.

Professora, poetisa e investigadora, conhecida do grande público, Idália Farinho Custódio, 71 anos, natural de Loulé, especializou-se nos últimos 20 anos na recolha de textos da literatura oral tradicional (romances, contos, cantigas, quadras, orações...). A sua pesquisa incidiu em todas as Freguesias do Concelho de Loulé desde os anos 70 até à actualidade.

No Auditório da ASCT, a especialista em Literatura Oral falou da sua paixão por este valioso património, explicando a importância de o salvaguardar. Agradeceu às informantes originárias da Freguesia de Tôr, Adelina Grade, Maria Leal, Maria Viegas, Maria Mendes, Laura Sousa, Maria dos Santos, Felismina Lourenço, Maria Faísca, as falecidas Rita Guerreiro e Francisca da Silva, cujos saberes muito contribuíram para a valorização das obras já publicadas: Património Oral do Concelho de Loulé Vol. I Contos, Vol. II Romances, Vol.III Orações, edição da Câmara Municipal de Loulé.

E como não poderia deixar de ser, com o seu inseparável gravador, Idália Farinho aproveitou ainda para recolher algumas cantigas, adivinhas e romances, junto da assistência. Esta sessão resultou numa interessante dinâmica de grupo, onde a partilha de saberes foi a chave da boa disposição. O evento contou com a presença de mais de duas dezenas de pessoas, a maioria residentes na Freguesia.

No final, Idália Farinho fez questão de oferecer um conjunto de obras à Biblioteca da Associação, entre as quais o III Vol. Orações – do Património Oral do Concelho Loulé e respectivo CD, e a sua mais recente publicação “Os anéis das flores” também editada pela Câmara Municipal de Loulé.

(Texto e Foto - Sónia Tomé)

A moeda como instrumento de propaganda


(…) Também em Portugal se recorreu a uma metodologia semelhante, de utilização da numismática como instrumento de ataque à figura do monarca. Uma forma astuta de atingir as massas através do recurso à imagem e a algo do dia a dia, um objecto que por força da sua essência passava pelas mãos de todos. Esse objecto é o numisma, e assim se pode observar como a numismática é também um bom instrumento de propaganda do poder instituído, e como todo e qualquer contra poder a pode utilizar também, recorrendo, tão simplesmente por vezes, a uma pequena adulteração.
Não querendo com isto afirmar-se que quem produz a adulteração represente, necessariamente, uma força política ou social rival do poder instituído. Muitas vezes, as adulterações provêm de atitudes isoladas e impotentes de quem não tem poder nenhum, isto é, das camadas comummente designadas por populares.
O exemplar de 20 Réis de D. Carlos I apresenta a particularidade de ser de cunhagem oficial e a figura executada posteriormente ter sido elaborada de forma manual. Como o numisma foi cunhado em 1891, a gravura só poderá – como é lógico – ter sido executada após essa data.
O ano de 1891 foi marcante em termos nacionais, pois foi o ano em que se deu a célebre revolta do 31 de Janeiro, ocorrida no Porto. Uma tentativa de implantação do poder republicano, ocorrida como consequência do Ultimatum de 1890 da nossa pretensa velha aliada, a Inglaterra. A reacção do poder instituído foi rápida e implacável, recordando-se o facto dos revoltosos terem sido julgados em tribunais de guerra, em navios ancorados ao largo de Leixões. Mais de 200 pessoas foram condenadas a penas que oscilavam entre os 18 meses e os 15 anos de prisão.
Teria este numisma sido adulterado por um desses revoltosos? Por um republicano foi-o certamente. No reverso da moeda observa-se que foi cunhada em Paris. Os ventos de Liberté Egalité Fraternité voltavam a demonstrar-se timidamente, em 1891, e, com toda a sua força, a 1 de Fevereiro de 1908, quando o monarca D. Carlos I e seu filho e príncipe herdeiro D. Luís Filipe foram brutalmente assassinados, num regresso apressado de Vila Viçosa.
A 28 de Janeiro de 1908 foi gorada uma tentativa de golpe de estado e muitos dos seus responsáveis recolhidos aos calabouços. A 30 de Janeiro, o monarca assina um documento que previa o exílio ou a expulsão para o estrangeiro dos envolvidos nessa tentativa. O monarca teria então proferido uma frase que ficará sempre registada nos anais da lenda: “Assino a minha sentença de morte, mas os senhores assim o quiseram.”.
Texto de Marco Valente
(excerto do artigo "A moeda enquanto instrumento de propaganda", incluído no nº 8 do boletim "ALDRABA", actualmente em distribuição)

quinta-feira, 11 de março de 2010

Casa da Comarca da Sertã (CCS) – Mostra de Gastronomia Regional.



Duas iniciativas apadrinhadas pela Casa da Comarca da Sertã, de que aqui damos conta:

1. Mostra de Gastronomia Regional
No próximo dia 13 de Março, a partir das 15 horas, a Casa da Comarca da Sertã (CCS), Rua da Madalena, 171, 3º, em Lisboa, vai receber uma Mostra de Gastronomia Regional.
A iniciativa, com entrada livre, visa divulgar e promover a excelência da gastronomia da região. Os visitantes terão oportunidade de adquirir diversos produtos da sua preferência, os quais estarão também disponíveis para consumo na CCS.
Maranhos, bucho e enchidos, mas também doçaria regional, como coscorões e cartuchinhos de Cernache, serão algumas das iguarias à venda no local.

2. “Bom Apetite” no Teatro Casa da Comédia
Bom Apetite é o nome da peça de teatro que estará em cena no Teatro Casa da Comédia, nos dias 12, 13, 18, 19, 26 e 27 de Março, às 21h30.
Esta peça é encenada por Pepa Diaz Meco e interpretada por Anabela Mira, da Associação Crème de la Crème, associada da Casa da Comarca da Sertã (CCS).
Sinopse da peça:
A herdeira de um restaurante familiar, outrora um grande ponto de encontro do bairro, debate-se consigo própria diariamente, entre manter o seu negócio aberto (mesmo que há meses não entre ninguém…) ou simplesmente abandonar-se ao prazer de não fazer nada. Quando por fim descobre que nada pode fazer, encontra o pleno prazer de nada fazer.
Uma tragicomédia clownesca passada num espaço de diferentes realidades e respectivas intensidades dramáticas, onde se entrelaçam a realidade mais dura e os desejos mais inconfessáveis.

Para mais informações, consultar:

MPA e MEG, com fotografia do sítio de Internet da CCS