sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Congresso "Associativismo e Democracia Participativa"


A pedido do nosso associado Francisco Palma Colaço, damos conta da próxima realização, em Lisboa, de mais uma iniciativa em prol do papel do associativismo popular na busca de saídas para a encruzilhada com que a sociedade portuguesa se defronta actualmente.

Reproduzem-se os aspectos principais da mensagem que a Aldraba recebeu:

“O Grupo Aprender em Festa, de Gouveia, na qualidade de membro da Comissão Promotora do Congresso do Associativismo e da Democracia Participativa, anuncia que este Congresso vai realizar-se nos próximos dias 13 e 14 de Novembro de 2010, nas instalações do ISCTE, Av. das Forças Armadas, em Lisboa.
O Congresso insere-se num movimento iniciado com a VII Manifesta, realizada pela ANIMAR (Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local), em Peniche, no mês de Junho de 2009, após o que o Instituto das Comunidades Educativas (ICE), uma das associações que integram a ANIMAR, desafiou um grupo de associações a pensarem em conjunto como dar corpo a um movimento social em torno do associativismo e da democracia participativa. (…)
Presentemente, não só se tem vindo a verificar o alargamento progressivo de associações aderentes a este movimento, mas também tem sido possível aprofundar os conteúdos equacionados inicialmente, ao longo das reuniões já decorridas neste período de um ano.
Estabeleceram-se assim seis eixos temáticos que virão a ser debatidos no Congresso, primeiro em tertúlias com número não superior a 30 pessoas, depois em plenários intercalares abrangendo três destes temas, e, por último no plenário final. (…)
O Congresso terá a sua abertura pelas 11 horas do dia 13 (intervenções de Carmo Bica e de Jean Louis Laville) e durante a tarde desse dia haverá tertúlias simultâneas sobre os seguintes temas:
“Espaços de Democracia Participativa e sujeitos de Cidadania”;
“Associativismo cidadão – para onde caminha o associativismo?”
“Democracia Participativa e Democracia Representativa – tensões e interacções”.
No fim da tarde, realizar-se-á um plenário intercalar, com debate a partir dos relatos de todas as tertúlias efectuadas nessa tarde.
Na manhã de dia 14, haverá tertúlias simultâneas sobre os seguintes temas:
“Contributos do associativismo para o desenvolvimento local “;
“Democracia Participativa e combate à exclusão social (contributos do associativismo) ”;
“Tensões e interacções entre as Associações e o Estado (local e nacional) “.
No fim da manhã, realizar-se-á outro plenário intercalar, com debate a partir dos relatos de todas as tertúlias efectuadas nessa manhã.
Na tarde de dia 14, decorrerá o plenário final que se ocupará das conclusões a aprovar pelo Congresso e do itinerário a desenvolver futuramente pelo movimento. (…)
Para quaisquer esclarecimentos de forma mais personalizada, pode ser contactado o representante do Grupo Aprender em Festa na comissão promotora do Congresso:
António Ferreira - Tm 963084999
e-mail – mjose7777@sapo.pt
http://movimentodoassociativismo.blogspot.com/”.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Puxadores de porta zoomórficos nas aldeias do xisto




















Numa digressão pedestre pelas aldeias do xisto do concelho da Lousã, mais exactamente na aldeia de Catarredor, eis que nos surgem três curiosos exemplares de puxadores de porta com motivos animais, construídos em madeira com bocados de troncos trabalhados.
Excelentes exemplos da criatividade popular para fins utilitários.
JAF (fotos MEG)

domingo, 3 de outubro de 2010

A Feira da Luz

Embora já um pouco fora de tempo, uma vez que decorreu entre 4 e 26 de Setembro, gostaríamos de aqui deixar algumas notas relativas à Feira da Luz.
A Feira da Luz realiza-se em Carnide, Lisboa, e é das poucas no País com mais de quinhentos anos de história. O ponto alto é a procissão em honra da Nossa Senhora da Luz, que se realiza no último domingo de Setembro.
"A lenda conta que um soldado português foi para a guerra em Ceuta. Durante o conflito, esse soldado terá sido salvo por uma luz, com a imagem de Nossa Senhora. Quando regressou a Portugal, construiu uma ermida onde é hoje o santuário de Nossa Senhora da Luz".
Certo é que os relatos históricos dão conta de uma enorme devoção à Nossa Senhora da Luz, atraindo devotos de várias localidades.
Do passado, sabemos que esteve ligada à tradicional romaria que se realizava anualmente, em Setembro, no Santuário da Nossa Senhora da Luz, sendo complemento das festividades religiosas que duravam vários dias e atraíam numerosos forasteiros da capital e arredores. Embora se possa considerar tão antiga como o próprio culto e remonte, certamente, à Idade Média, foi durante os séculos XVI e XVII que começou a adquirir maior projecção.
Os marítimos eram devotos da Nossa Senhora da Luz e, por isso, compareciam sempre várias confrarias com os seus estandartes. Mas, numa área essencialmente rural, os principais devotos eram os trabalhadores rurais de toda a zona norte do termo de Lisboa e até os saloios de Mafra e Sintra. Por isso, as festividades religiosas e a feira que se lhe seguia passaram a realizar-se em Setembro, no final das colheitas de verão.
Os aristocratas deslocavam-se em carruagens próprias e os populares iam de burro ou a pé. Quando se inaugurou o elevador de S. Sebastião da Pedreira em 1899, o percurso mais encurtado, através da estrada da Luz, por Sete Rios. Em 1929, com o estabelecimento da linha de eléctricos que ligava os Restauradores a Carnide, o acesso ficou mais fácil e foi estabelecido um novo calendário, prolongando-se a feira desde o primeiro sábado até ao último domingo de Setembro.
Do presente, durante um desconsolado passeio numa manhã de Setembro, constatámos que a feira que chegou aos nossos dias é uma pálida imagem do seu fulgor de outros tempos. No dizer da D. Lurdes, vendedora de roupa que “faz a feira” há meia dúzia de anos, o que aqui pagam nem dá para o que gastou com os livros e material escolar dos filhos, neste início de ano lectivo, e só cá vem porque é perto de casa… Já a D. Amélia, que para aqui traz os seus cestos vai para mais de 35 anos, garante que veio porque tinha o armazém cheio e no fim da vida não gostaria de desistir. Acrescenta que a feira já foi 5 vezes o que é hoje, que “nem à noite isto anima, só aos fins-de-semana, e pouco”.

Os queixumes de ambas? “Primeiro tiraram os divertimentos (carrosséis, carrinhos de choque, etc.), depois puseram as barracas todas cinzentas e iguais, e por um preço que dava para viver bem o mês inteiro…”

Sabendo do dinamismo da Junta de Freguesia de Carnide, aqui deixamos o apelo para que o futuro da Feira da Luz possa vir a ser repensado, honrando as suas glórias passadas.

Mais informação em http://www.jf-carnide.pt/cr_historia.php

MEG