domingo, 27 de novembro de 2011

Fado, património imaterial da humanidade



O Fado de Lisboa acaba de ser distinguido pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade.


A candidatura oficial tinha sido apresentada pela Câmara Municipal de Lisboa, em Junho de 2010, tendo sido acompanhada por significativo movimento de opinião pública, dos artistas ligados ao Fado e de muitos apreciadores desta expressão musical, com grandes raízes populares na cidade.


A Aldraba congratula-se com este reconhecimento internacional da genuinidade do Fado.


MEG (reprodução da obra "O Fado", 1910, José Malhoa)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Pelo cais do Ginjal … até à Incrível Almadense













Com os olhos postos nas nuvens, receosos que o temporal da véspera viesse a repetir-se, as quase três dezenas de participantes neste XIX Encontro da Aldraba foram-se reunindo no vulgarmente chamado Largo de Cacilhas, na manhã do passado dia 19 de Novembro. Na realidade, como foi recordado com emoção, a sua designação actual é Largo Alfredo Dinis – Alex, em memória do operário traçador da Parry & Son, comunista, assassinado pela PIDE em 1945, com apenas 28 anos.
Ali mesmo fomos recebidos pelo Alberto Ramos, associativista, grande conhecedor de Almada e de Romeu Correia, com quem privou e de quem foi amigo, pelos dirigentes de “O Farol, Associação de Cidadania de Cacilhas” Henrique Mota e Luís Filipe Bayó, e pelo Luís Barros, arqueólogo da Câmara Municipal de Almada.
Pela mão destes amigos, e graças ao seu profundo conhecimento da Cacilhas de agora e da de outros tempos, onde ressalta a vivacidade e o empenho do Luís Filipe Bayó, percorremos durante duas horas todo o cais do Ginjal, e soubemos da história e das histórias de casas e armazéns, becos e túneis, praias e ancoradouros, toda uma azáfama costeira e fabril, de que agora apenas resta a saudade dos que foram ficando.
No Núcleo Naval do Museu Municipal, que visitámos a seguir, estão patentes achados arqueológicos que nos remetem para fenícios, romanos e árabes que por aqui passaram e que aqui deixaram as suas marcas culturais, tal como nos referiu o Luís Barros, lamentando a escassez de recursos alocada a estas matérias. O Núcleo integra igualmente a história da faina ribeirinha, mostrando desde barcos a aparelhos de pesca e navegação.
Depois da subida para a zona velha de Almada no elevador panorâmico da Boca do Vento e de animado convívio à volta do almoço no Restaurante Horácio, a tarde seria dedicada ao cidadão, escritor e desportista almadense Romeu Correia.
Já na Incrível Almadense, onde decorreria a sessão da tarde, fomos recebidos pelo Luís Milheiro, da Direcção, e pela Clara e pelo Manuel, dirigentes da Associação Almada Velha que está encarregue da dinamização dos seus espaços. Quer pela intervenção de fundo, a cargo do Alberto Ramos, quer a partir dos múltiplos depoimentos por parte dos diversos amigos que com ele tiveram o privilégio de conviver, foi desenhado o perfil do homem notável e do cidadão empenhado que, de forma tão singela, ali homenageávamos.
À memória de Romeu Correia voltaremos em breve.
MEG (fotografias JAF e MEG)

domingo, 13 de novembro de 2011

XIX Encontro "Do Ginjal à Casa da Cerca, percursos do vagabundo das mãos de oiro"





A Aldraba vai agora realizar o seu XIX Encontro na cidade de Almada, no próximo sábado, dia 19 de Novembro, com um conjunto de actividades ligadas às riquíssimas memórias locais da cultura e do associativismo e às antigas lides marítimas.

Os participantes que pretendam partir de Lisboa poderão utilizar o “cacilheiro” que parte da estação fluvial do Cais do Sodré às 9.20h. Encontrar-nos-emos no átrio dessa estação a partir das 9.10h.

Programa do Encontro:
9.30h – Concentração dos participantes, no cais fluvial de Cacilhas
9.45h – Início de um percurso pedestre pelo Cais do Ginjal, acompanhados pelo dirigente municipal Dr. Alexandre Flores e pelo associativista Henrique Mota, da Associação O Farol, seguindo-se uma visita ao Museu Naval, acompanhados pelo Dr. Luís Barros.
11.30h - Subida no elevador da Boca do Vento e visita à zona antiga de Almada (Casa da Cerca, Casa Pargana, etc.)
13.30h - Almoço no Restaurante Horácio, na Rua D. José de Mascarenhas
15h - Debate/conversa com Alexandre Flores, Luís Barros e Alberto Pereira Ramos, nas instalações da Sociedade Filarmónica Incrível Almadense (criada em 1848), sobre a história de Almada, tradições, associativismo, Romeu Correia e a sua memória.
17.30h, após o fim do debate – Regresso ao ponto de partida, com passeio por Almada, se o estado do tempo o permitir, ou utilizando o Metro do Sul do Tejo.

O almoço, com ementa à escolha de cada um, terá o preço global de 12 euros.

As inscrições deverão ser feitas, até à próxima 6ªfeira, dia 18/11, junto de:
Margarida Alves – 966474189, margarida.alves@gmail.com
Círia Brito – 969067494, ciriabrito@sapo.pt
ou Nuno Silveira - 962916005

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A lenda do São Martinho




Porque hoje se celebra o dia de São Martinho e porque ao Património Imaterial também importam as lendas e tradições, lembramos a lenda do São Martinho.

"Martinho era um valente soldado romano que regressava de Itália para a sua terra, depois de grandes batalhas.

Montado no seu cavalo estava passava num caminho para atravessar uma serra muito alta, e, lá no alto, fazia muito, muito vento e muito mau tempo. Martinho estava muito bem agasalhado normalmente: tinha uma capa vermelha, que os soldados romanos normalmente usavam. De repente, aparece-lhe um homem muito pobre, vestido de roupas já velhas e rotas, cheio de frio que lhe pediu esmola.
Martinho não tinha nada para lhe dar. No entanto, vendo as roupas do mendigo, pegou na espada, levantou-a e deu um golpe na sua capa. Cortou-a ao meio e deu metade ao pobre.
Nesse momento… as nuvens e o mau tempo desapareceram. Parecia que era Verão! Foi como uma recompensa de Deus a Martinho por ele ter sido bom.
É por isso que todos os anos, nesta altura do ano, mesmo sendo Outono, durante cerca de três dias o tempo fica melhor e mais quente: é o Verão de São Martinho."



Texto adaptado da Internet (MEG)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Mosteiro - Recriação de uma Descamisada







Em 17 Setembro, dia de sol e noite vestida de estrelas, aconteceu uma Descamisada no Mosteiro, uma iniciativa da associação local, para reviver uma importante actividade económica da agricultura de subsistência, hoje quase desaparecida.
A meio da tarde, o burrico e a sua carroça saíram do largo da associação, rumo à terra do milho. Seguiam-no um grupo de camponesas, “ricamente” trajadas a rigor – pudera, até tinham fotógrafo! –, de cesta à cabeça e cantarolando, cantarolando.
Os homens, esses, teriam ficado a varrer a eira…?!
Chegados à terra de milho, as maçarocas foram apanhadas num ápice e num ambiente de esfusiante alegria, apanágio dos que sabem que estão colhendo o que semearam.
O burrico, depois de carregado regressou ao terreiro onde as maçarocas foram descarregadas.
Ao nascer da noite, os candeeiros a petróleo foram dependurados em oliveiras e a descamisada foi iniciada, com os vizinhos, num espírito comunitário, a surgirem do beco da capela com os seus candeeiros. Um deles até trazia um mangual para, logo ali, “malhar” o milho; sem que as maçarocas bebessem, na eira, o sol necessário, já sem capas. Mas, afinal, tratava-se de um “citadino” com aquela pressa de ultrapassar a sazonalidade das colheitas!
Acabada a descamisada, veio a folia com a presença de mais de meia centena de pessoas, entre elas o Presidente da Câmara de Pedrógão Grande. Comeu-se figos recheados com amêndoa, bolos, pastéis; bebericou-se jeropiga, vinho doce, … E o tradicional baile aconteceu, no mesmo terreiro, com o acordeão do amigo Marcelo, vindo da freguesia de Alvares, a ditar boa música.
Como uma simples descamisada acabou transformada numa bela iniciativa cultural, porque as pessoas, participando e intervindo, assim o quiseram.
Uma louvável iniciativa da Associação de Melhoramentos de Mosteiro.


João Coelho

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Nomes de localidades em azulejos (cont.8)









Nas nossas deambulações pela blogosfera, encontrámos mais um companheiro, de seu nome Hélio Manuel Coelho Matias, preocupado e actuante na preservação deste património das localidades portuguesas. No seu blogue “Valado dos Frades - História e estórias”, dedicado às memórias e às realidades daquela povoação da região da Nazaré (distrito de Leiria), publicou um post que acompanha a foto de uma placa toponímica em azulejos, que aqui reproduzimos, bem como o próprio texto de intervenção, que merece o nosso aplauso:

“A placa toponímica que se mostra na imagem existirá pelo menos há cerca de 70 anos, situada na esquina dum prédio do sr. Maurício Inácio dos Santos, mesmo no largo da Estação. Havia uma outra com Vallado-Alcobaça na rua Prof. Arlindo Varela, implantada num prédio quase em frente do Clube Recreativo Beneficente Valadense. Foi sujeito a obras...ninguém se interessou e...foi deitada abaixo! O alerta...é para o perigo que corre o painel mostrado já em adiantada degradação. Poderão acontecer diferentes situações, degradação pura ou desaparecimento se obras forem feitas. Ora este painel também faz parte da história do Valado, e é importante que se não perca. Como é possível acautelar? Sugiro que a Junta de Freguesia tome uma atitude de interesse, e actue junto do proprietário do prédio para assim chegar a uma solução, a fim de não termos de lamentar a perda irreparável...de quem já está mal!”.

Por outro lado, da Maria Teresa Oliveira (blogue “Diário de Bordo”), reproduzimos desta vez a foto, de sua autoria, da placa da Amieira do Tejo (distrito de Portalegre), e duas fotos, da autoria de Manuel Campos Vilhena, das placas de Dagorda (distrito de Lisboa) e do Vale de Figueira (distrito de Santarém). Os nossos agradecimentos por mais estas três preciosidades.

Com as quatro placas de hoje, atingimos um total de 76 placas já publicitadas (de 73 localidades diferentes, situadas em 12 distritos do país).

JAF